segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Sobre um prisma e a noite

O prisma parece um belo de um palhaço pendurado ali na minha janela quando é noite.
Fica ali, balançando de leve, como quem tem medo! Precisa tanto do dia pra funcionar, pobrezinho.
Eu queria tanto que não existe a hora em que a gente tem que fechar as janelas "pra não entrar mosquito". Eu sempre sempre resisti até que tudo fique um breu só e ou eu acendo a luz logo ou dou com o nariz na parede. Sempre, e que venham os mosquitos!
Por isso eu gosto do dia, que insiste em ser dia mesmo quando todo mundo já acendeu a luz feia. E por isso eu não gosto das pessoas, que correm pra acender a luz amarela mesmo quando ainda tem dia pra clarear. Dai fica aquela coisa: a cidade cheia dos pontinho amarelo de merda e por trás o céu ainda clarinho, mas quase-querendo-ficar-preto. Não combina! Não combina, os dois, assim, juntos. A luz amarela parece tão agridoce e me faz vomitar tudo tudo em tudo!
Ao menos tá fresco aqui agora.
Se é pra ser noite, que seja mesmo noite, escuro.

2 comentários:

sorriso de mona lisa disse...

o grande lance da noite é que, ao contrário do dia, ela não tem meios termos.
ela é resoluta na escuridão, ao invés de oscilar entre tons solares.

ninguém aguenta uma escolha tão feita assim, tão facilmente.

Bruna Hilário. disse...

Rouba o prisma dos outros e acha que é bonito ainda.