quinta-feira, 29 de outubro de 2009

E todo o meu suor foi pelo ralo, enfim

Melancolia e céu negro.
E o drama enforcado dentro do meu guarda-roupas. Esperando eu abrir a porta pra me mostrar a cara branca e sem sangue de morte.

Hoje eu sucumbi.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Aqui fora não há estrelas

-E toda essa chuva, eu enfio aonde, no rabo?
Ela perguntou enquanto tentava tapar as feridas abertas da cara dela no espelho.
-Ou eu tomo uma overdose de morfina e finjo que tô dormindo no céu? Hein?
A-ha-ha. No colinho de deus. Céu... Essa historinha de céu nunca me convenceu não, menina. Vê se não escuta tudo que te contam. A vida parece um pouco com um hotel de rodoviária: sujo e sem cortinas. Não é qualquer um que aguenta muito tempo não.
E cadê o tal do céu aqui agora pra consertar minha pele doente? Hãn?
Eu sô só mais uma filha sem mãe nem céu porra nenhuma. Outra filha da dor desses corredores da noite, feitos de mijo e sangue. O teu mijo e o meu sangue.
Mas medo eu não tenho faz tempo.
O trem da morte apita apita apita e pára, e daí, você pondera, não vê nada melhor e embarca. Acende um cigarro amassado, estica as pernas e espera.