domingo, 2 de novembro de 2008

Refrão lento

Parecia que tinham colocado (ou eu tinha colocado?) cem roupas pesadas em mim - cem roupas do algodão mais grosso do mundo - e eu não consiga me mexer direito, nem respirar direito. Mesmo querendo me mexer tanto e respirar tanto.
E tudo parecia um pouco aguado e um pouco como uma aquarela que pegou chuva e depois caiu no chão e toda a tinta se misturou e se perdeu. Molhada.
Tá molhado e quente aqui, e bastante assombrado também. E é tão bom. Mas logo vem o mofo - eu sei, eu sei.
Parece que nunca vai parar de chover. E hoje eu desejo que nunca pare mesmo.

5 comentários:

Menian disse...

a garota do meio da chuva, que abandonou a calça preta e o veludo azul pra sentir as Peles de Vênus cinzenta.

sorriso de mona lisa disse...

chuva, pra mim, é mudança.

Henrique Ravelli disse...

to gostando dosm seus textos no blog...

Daniel Moreira Miranda disse...

pode não ser... mas esse texto me faz pensar no jardim de ébano do meu "elogio da madrasta" mas o seu parece mais uma floresta tropical...

Daniel Moreira Miranda disse...

vc curte velvet underground, né? rs