terça-feira, 1 de junho de 2010

Sobre as vidas novas e as velhas e Iemanjá

Como é engraçado voltar a escrever depois de tanto tempo. As mãos ficam duras-defunto, parece que a gente desaprende das palavras, mas é tudo mentira.
Desaprender é mentira. Difícil é aprender. Depois, não se desaprende.
A gente só enraíza, endurece, se acomoda e mofa molhados e fedendo pra sempre amém. Tão verde e podre o mofo. Verde-bandeira (do Brasil) pendurada em tudo que é lugar balançando devagar e triste por causa da copa que é tudo mentira também de novo.
Gostoso era em 94 que tudo isso parecia tão importante e o sol franzindo o nariz, o peito cheio de amores breves, o mijo recém enterrado na areia, as unhas roídas doendo do sal e o cheiro da areia molhada de maresia.
"Olha o mar, mamacita! Iemanjá tá levando o nosso girassol de cabelo!!!"
Levou.
E hoje tão longe ela entra num ônibus e fica lá vindo vindo por 15 horas pra finalmente vir.
Porque eu cresci e tenho uma casa caixotão aqui do outro lado de nós.



Mala suerte já morreu. Enterrei na Avenida Santo Amaro.
Hoje eu trepo o prédio mais alto da Cidade do Sol e canto pra quem quiser acordar “ô boa noite pra quem é de boa noite...”




[difícil é desprender]

Um comentário:

sorriso de mona lisa disse...

bem vinda de volta, caramia.


[bea do login véio do blogspot.
http://www.quarentaetresporesdesol.blogsome.com ]